O SILÊNCIO DAS ASAS...

O SILÊNCIO DAS ASAS...
Este é um canal aberto pelo qual atrevo-me a deixar os sentidos em incubação até que eles transcendam e se transformem numa febre ardente,louca, amável e pensante,para que os olhos trafeguem livres por entre as imagens mudas sobre o grito das palavras soltas. Porém cada fragmento aqui lapidado tem cheiro de terra,jeito de arte, gosto de vida e sabor de pólem. São como as folhas esquecidas que choram no outono,é como um beijo liberto no vazio para que possa ser levado suavemente no assanhar colorido das asas inquietas das borboletas...(lucas)

O Silêncio das Asas

segunda-feira, 31 de maio de 2010

O violinista no metrô





A beleza está em todas as coisas, é tudo uma questão de observação.
Sempre haverá um detalhe ou outro que despertará algúm interesse
instintivo ao nosso olho, ao nosso bem estar temporário.
A sensibilidade não está exatamente no fato de vc estar
aberto para esta bensão, mas sim em estar receptível ao singelo,
ao delicado , ao mais puro dos nossos instantes...
onde não existem rótulos que divergem entre o que é feio ou bonito.
Original é tudo aquilo que simplesmente acontece, o instante
concebe como autentico, puro na sua essência de raiz...
Ou seja,
único como um todo...
Isso completa o ser, fluidifica e alimenta a alma!
O texto que garimpei da Martha resume na íntegra o fato!
E nos prova ,como somos desatentos para pureza dos instantes...
abraços! LUCAS

O violinista no metrô

(Martha Medeiros)

Aconteceu em janeiro. O jornal Washington Post convidou um dos maiores violinistas do mundo, Joshua Bell, para tocar numa estação de metrô da capital americana a fim de testar a reação dos transeuntes. Desafio aceito, lá foi Bell de jeans e camiseta às oito da manhã, o horário mais movimentado da estação, para tocar no seu Stradivarius de 1713 (avaliado em mais de US$ 3 milhões) melodias de Bach e Schubert. Passaram por ele 1.097 pessoas. Sete pararam alguns minutos para ouvi-lo. 27 largaram algumas moedas. E uma única mulher o reconheceu, porque havia estado em um de seus concertos, cujo valor médio do ingresso é US$ 100.

Todos os outros usuários do metrô estavam com pressa demais para perceber que ali, a dois metros de distância, tocava um instrumentista clássico respeitado internacionalmente. Não me surpreende. Vasos da dinastia Ching, de valor incalculável, seriam considerados quinquilharias se misturados a quaisquer outros numa feira de artesanato ao ar livre. Uma jóia correria risco de ser ignorada se fosse exposta numa lojinha de bijuterias, e ninguém pagaria mais de R$ 40 por uma escultura do mestre Aleijadinho que estivesse misturada a anjos de gesso vendidos em beira de estrada.

Desinformados, raramente conseguimos destacar o raro do medíocre. Esta história do violinista demonstra que não estamos preparados para a beleza pura: é preciso um mínimo de conhecimento para valorizá-la. E demonstra também que temos sido treinados para gostar do que todo mundo conhece. Se uma atriz é muito comentada, se uma peça é muito badalada, se uma música é muito tocada no rádio, estabelece-se que elas são um sucesso e ninguém questiona. São consumidas mais pela insistência do que pela competência, enquanto que competentes sem holofotes passam despercebidos. Gostaria muito de ter circulado pela estação de metrô em que tocava Joshua Bell. Não por admirá-lo: pra ser franca, nunca ouvi falar deste cara. O que eu queria era testar minha capacidade de encantamento sem estímulo prévio. Se ainda consigo destacar o raro sem que ninguém o anuncie. Tenho a impressão de que eu pararia para escutá-lo, mas talvez eu esteja sendo otimista. Vai ver eu também passaria apressada, sem me dar conta do tamanho do meu atraso.

Pequeno Anjo!
Antes de sair, lava devagar o rosto
na água do arco-íris.
Bebe seu chazinho de pétalas de rosa branca
- amarela não, que dá azia.
Escova devagar as asas, pluma por pluma.
Só depois de bem bonita é que bate de leve
na porta da nuvem ao lado.

Que a vida te seja leve! Lucas



Ame algo mais elevado, algo maior, algo no qual você se perderá
e que não possa controlar; você pode ser possuído por ele,
mas não pode possuí-lo. Então o ego desaparece, e,
quando o amor não tiver ego, ele será prece.
Osho



"Amar é um elo...
Entre o azul e o amarelo."
Paulo Leminski



Quando a verdadeira amizade une dois seres,
Esse laço nunca poderá ser desfeito.
Quando surgirem as dúvidas,
Estarei presente para te escutar.
Quando a tristeza se apoderar de você,
Estarei presente para te consolar.
Quando a raiva teimar em te acompanhar,
Estarei presente para conversar
Mesmo que milhas nos separem,
Quando você estiver com a mente confusa,,
Quando você estiver triste,
Quando o mau humor se apossar de você,
Procure seu coração...
Pois eu estarei dentro dele.
Porque eu sou e sempre serei seu Amigo!!!


Sei que tens o sorriso mais bonito deste mundo

Toda a gente sabe, nem é preciso a televisão anunciar.

Sei que a tua alma tem todas as cores mais perfeitas

E nem é necessário procurar o arco-íris da tua sombra.

Sei que me tocas com a ternura inigualável dos anjos

E nem faz falta estares a meu lado para sentir esse céu.

Sei que me enches sempre da tua maior alegria

Mesmo que o teu espírito encerre alguma tristeza.

Sei que dava a vida por ti, ou até mais qualquer coisa

Sem o pedires ou exigires, sem qualquer medo

Porque a eternidade rima como o teu nome

E tudo apenas faz sentido se existires.




Apetecia-me beijar os teus cabelos, um a um,

como quem desfolha as pétalas de uma rosa

enquanto aspira o seu perfume com eterno carinho…

Queria tanto ser capaz de visitar cada recanto doce da tua pele,

como quem dedica a sua vida a descobrir ilhas de um paraíso imaginário…

Como era bom ser a tua metade, o teu amante perfeito,

melhor ainda do que algum de qualquer filme, jamais inventado…

Afogo-me no mundo dos sonhos desesperadamente à tua procura,

porque sei que lá tudo é possível, tudo é permitido,

até as nossas almas se abraçarem para sempre.


“Existe uma luz que brilha além de todas as coisas na Terra,
além dos mais altos e dos mais elevados céus.
É a luz que brilha no teu coração”.
(Chandogya Upanishad)

domingo, 30 de maio de 2010

Anastasia Volochkova Hrizantema ' '.wmv


Oração da Humildade

Deus da Misericórdia!...
Auxilia-me a conservar o anseio de encontrar-te.
Quando haja tumulto, ao redor de mim,
guarda-me o silêncio interior em que procure ouvir-te a voz.

Se algum êxito me busca, deixa-me perceber
a tua bondade sobre a fraqueza que ainda sou.

Diante dos outros, consente, oh! Pai,
que te assinale o infinito amor,
valorizando-me a insignificância,
através daqueles que me concedam afeto.

Se aparecerem adversários em meu caminho,
faze-me vê-los como sendo instrumentos
de trabalho, dentre aqueles com que me aperfeiçoas.

Na alegria, induz-me a descobrir-te a proteção paternal, estimulando-me a seguir para frente.
Na dor, fortalece-me os ouvidos para
que te escutem os chamamentos de paz.

E, quanto mais possa conhecer, em minha desvalia,
os recursos iluminados do oceano de mundos
e de seres que construíste no Universo,
concede-me, oh! Deus de Misericórdia,
que eu tenha a simplicidade da gota d'água,
se sente tranqüila e feliz porque se vê capaz
de refletir-te a luz no brilho eterno da Criação.


Francisco Cândido Xavier


QUANDO CHEGA Á NOITE
EM MEU CASTELO
ACENDO VELAS
INCENSOS
E ARREMESSO MINHA SORTE
NOS CRISTAIS DE QUARTZO.
OFEREÇO UMA ORAÇÃO FORTE
PARA OS DEUSES QUE ACREDITO.
NÃO ACREDITAREM EM MIM
E DEPOIS SIGO
PELOS SOLITÁRIOS DEGRAUS
DA ESCADA FRIA
CARREGANDO SOBRE OS
OMBROS
MAIS UM DIA VENCIDO
SOBRE A FUMAÇA
DE UMA CIDADE DEVASSA
E O ODOR DE ROSAS
DO TEU OLHAR CATIVO...
(LUCAS).

Desmanche o nó, tira a ferrugem, espana o pó. Empurra o pesado, Cola o quebrado. cerze o rompido, coça a coceira, gruda o trincado, pensa o ardido, e faz a brincadeira do verbo chorado, que a vida é rendeira, de seda ou de trapos, de rendas farrapos,ou fios de algodão.. que a fibra é comprida e o mundo artesão.




Paz de espírito é outra forma de dizer
que você aprendeu a amar,
que reconheceu a importância
de dar amor de modo
a se tornar merecedor de também
recebê-lo...



HÁ SEMPRE UM PALIDÊZ

NO CÉU DAS MANHÃS

DE QUEM PARTE... (LUCAS)


PELÍCULAS DO CORAÇÃO...


RUÍDO, INJUSTIÇAS, VIOLÊNCIAS

COMBOIOS,

DESASTRES AÉREOS E TRANSATLÂNTICOS

CONFLITOS E REVOLUÇÕES

QUE FEREM A MÃE TERRA

INVASÕES DE BÁRBAROS AMARELOS

E O FERRO É FUNDIDO

E TORCIDO PELO ÓDIO...

DESABAMENTOS

GALERIAS DE MINAS

UM ÓLEO NEGRO JORRA DA TERRA

E UM TIO SAN INSANO SE DIVERTE.

ENQUANTO ISSO

NUM OUTRO SOL

NUM OUTRO HORIZONTE

UM ANJO SIMPLESMENTE CHORA...

(LUCAS)


Assim como um girassol escolhe sempre estar voltado para o sol,

escolha focalizar o lado melhor, mais bonito, mais luminoso

e vibrante das coisas que lhe acontecem.

Nossa percepção é seletiva, nós "focalizamos"

o que queremos ver e deixamos de perceber o restante.

Você já reparou como é fácil ficar de baixo astral?

Uma conta para pagar...

Não ganhar todo o dinheiro de que se precisa...

Não ter a aparência que se gostaria de ter...

Não ser valorizada no trabalho...

Não ter encontrado o sucesso, ou um grande amor ...

É por isso que freqüentemente não nos sentimos bem.

Depositamos nossa atenção no que nos falta, no que nos magoa...

E ocupamos nossa mente com pensamentos

preocupantes sobre o futuro.

Enfim, deixamos a nossa mente à deriva,

torturada por pensamentos negativos que nos dominam.

Na verdade a maior parte do tempo,

estamos lutando com a vida,

não aceitando o que ela nos traz...

E quando não aceitamos aquilo que é, e nos concentramos

no que deveria ser, nos frustramos, sofremos cada vez mais,

ao ponto de perdemos o sentido da existência...

É justamente quando estamos frustrados e insatisfeitos,

que precisamos lembrar que possuímos uma antena interna

- a atenção - capaz de captar o lado bom da vida.

Exatamente como na natureza, faz o girassol.

O girassol se volta para onde o sol estiver,

mesmo que este esteja escondido atrás de uma nuvem.

Ele está sempre em busca da luz, da vitalidade, da força, da beleza.

Saber captar o lado luminoso da vida significa aprendermos

a valorizar tudo de bom que já recebemos e

também a sermos gratos por isso...

Apreciar e agradecer o carinho, o afeto, os gestos de atenção

e delicadeza oferecidos pelos amigos, filhos, pais, namorados.

Apreciar o sorriso luminoso de alguém que você gosta.

Apreciar um gesto de gentileza, uma palavra de estímulo

do seu colega de trabalho, do seu vizinho...

Apreciar todo contato humano que lhe trouxe conforto, novo animo...

Apreciar todo apoio que a vida lhe deu,

de tantas formas misteriosas,

quando precisou... Apreciar e agradecer

porque a Vida é Amor,

e sempre o protegeu, realizou seus desejos mais profundos,

tomou conta de seus interesses e suas verdadeiras necessidades...

Ser aprendiz de girassol,não é fácil!

Infelizmente a maioria de nós, não foi preparada

pra buscar o lado luz da vida,

e vive se debatendo na obscura zona dos condicionamentos

subconscientes e dos pensamentos destrutivos!

Daqui pra frente, quando perceber que está desanimado,

revoltado ou deprimido, Que possa se lembrar de ser girassol.

Selecione o melhor do seu mundo, valorize tudo o que de bonito

e bom que existe nele! Acredite no Poder

da Luz para neutralizar qualquer

situação adversa e transformar sua Vida

em uma verdadeira obra-prima!

Assim, começará a reter Força, Vitalidade e

Alegria dentro de você.

E como o girassol, estará de bem com a

grande festa colorida que é a Vida!


Faço de mim Casa de sentimentos bons Onde a má fé não faz morada E a maldade não se cria Me cerco de boas intenções E amigos de nobres corações que sopram e abrem portões com chave que não se copia Observo a mim mesmo em silêncio Porque é nele onde mais e melhor se diz Me ensino a ser mais tolerante, não julgar ninguém E com isso ser mais feliz Sendo aquele que sempre traz amor Sendo aquele que sempre traz sorrisos E permanecendo tranquilo aonde for Paciente, confiante, intuitivo Faço de mim Parte do segredo do universo Junto a todas as outras coisas as quais Admiro e converso Preencho meu peito com luz Alimento o corpo e a alma Percebo que no não-possuir Se encontram a paz e a calma E sigo por aí viajante Habitante de um lar sem muros O passado eu deixei nesse instante E com ele meus planos futuros Pra seguir Sendo aquele que sempre traz amor Sendo aquele que sempre traz sorrisos E permanecendo tranquilo aonde for Paciente, confiante, intuitivo
Cegos, Caminhamos sem ver… Estremecendo ao toque, Mendigos em farrapos Num tempo que se esqueceu, Apagando simplesmente… O rasto. Amor que chora, Nome riscado em folhas rasgadas Esperança enterrada Aglutinada em prisões que te asfixiam Neste podre lodo que engoliu… A carícia moribunda, Do ser. E tu! Que fazes sentado na rocha? Olhas o mundo com medo... De quem? Talvez respondas… De todos...de ninguém. Mordendo frutos sem sabor, Apalpando felpos da história, Nas mutações constantes, Que persegues sem saber. Tens as mãos calejadas Rugas na face, Das lágrimas que deitas… Árduo sentido sem sentido para ti, Feita de matéria que morre em chamas. Nestas mesmas chamas, Das fogueiras que tu esqueceste… E fugiste… Sem destino nem fim. Escuta o búzio… Abre a janela do casulo, Porque só tu… Possuis as chaves do teu destino.



Das poderosas e das humildes, das executivas
e das que catam lixo nas ruas.
Das bem casadas,
das rainhas do lar e das que nunca
tiveram referência ou mesmo onde morar.

Das que ainda oram a Deus e das que nunca ouviram falar.
Das equivocadas, das desorientadas, das siliconadas,
das que se prostituem por falta de base familiar
ou até por incentivo, dentro do próprio lar.

Das que cultuam insensatamente a beleza de fora
malbaratam a beleza de dentro, a única que
um dia efetivamente poderão carregar.
Das que se virilizam para vencer na vida e são cabalmente
derrotadas naquilo que sua Alma mais anseia realizar.

Das que ensinam e das que aprendem, das que lavam banheiros,
das que batalham na roça, das que se vestem de branco,
das de dupla ou de tripla jornada, das togadas, das adíctas.
Das viúvas, das separadas, das esquecidas, das excluídas,
das que mofam nos asilos à espera de que um filho
generoso venha lhes visitar.
Das avós cheias de sabedoria,
das matriarcas valorosas e das que viraram
um fardo dentro do próprio lar.

Das bem nascidas e bem criadas ou das meninas
perdidas nas ruas, esquecidas nos orfanatos,
das que nunca foram queridas ou desejadas,
das que foram cruelmente abandonadas à própria sorte.

Das violentadas, maltratadas, assediadas,
encarceradas em grades reais ou invisíveis.

Das que, neste momento, estão dando à luz e
das que choram o filho amado que partiu e foi morar com Jesus.

Das realizadas, das brilhantes, das expressivas,
das assertivas, das plenas!
Das que neste momento
amargam dolorosas penas.
Maria de todas as mães Maria
de todas as mulheres
Abençoa-as hoje e sempre...
Fátima Irene Pinto

Enigma Goodbye Milky way (Unofficial Video).wmv


"Sempre que houver alternativas tenha cuidado. Não opte pelo conveniente,
pelo confortavel, pelo respeitável,
pelo socialmente aceitável, pelo honroso. Opte pelo que faz o seu coração vibrar. Opte pelo que gostaria de fazer, apesar
de todas as consequências."
Osho


Você diz que a vida é um sonho onde não podemos saber o que significamos/Talvez uma cena ao lado da estrada nos leve ao passado/Lá não há nada informando onde estaremos em um dia ou em uma semana/E não há promessas de paz ou felicidade/Bem, isso é o por que de você se agarrar a todas as pequenas coisas/E pulverizar e enlouquecer todos os seus sentidos/Talvez a vida seja uma canção, mas você está muito assustado para cantá-la/Até o final/Oh, é a hora de irmos de tudo aquilo que costumamos saber/Idéias que fortalecem o que somos/É hora de cortar os laços que não vão liberar nossa mente/Das correias e cabanas em que estão/Oh, conte-me o que estação dizendo de bom, que você está liberto/Em um escuro e tempestuoso oceano/Você é acorrentado à sua história, e certamente está afundando rápido/Você diz que sabe que o bom senhor está no controle/Ele vai abençoar e proteger sua cansada e agitada alma/Mas no fim do dia quando todo preço tiver sido pago/Você vai ascender e sentar perto dele em um velho trono de ouro/E você não vai me contar porque vive como se tem medo de morrer/Você vai morrer como se tem medo de ir./Oh, é a hora de irmos de tudo aquilo que costumamos saber/Idéias que fortalecem o que somos/É hora de cortar os laços que não vão liberar nossa mente/Das correias e cabanas em que estão/Bem, a vida é um sonho porque estamos todos andando em nosso sono/Você podia nos ver permanecendo nas linhas como se nós estamos mortos sob nossos pés/E nós construiremos uma casa de cartas e esperaremos para ela cair/Sempre esquecendo como é estranho estar vivo de qualquer modo.


E a música vai terminado e seu volume abaixando,
som vai dar lugar ao silencio.
Mas a melodia ainda vai continuar sendo repetida
pelo meu pensamento e coração por muito e muito tempo.



Talvez lavar a alma seja isso: descobrir que pequenas
esperanças são à prova d'água. (lucas)




Quando o som das palavras não for melhor
que o som do silêncio... silencie.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Um andar silencioso...

os silêncios sobrepõem-se em camadas alfabéticas
arrumados em gavetas vazias de promessas
os silêncios agonizam lentamente
sistemáticos, metódicos, compostos
numa rigidez imposta por mordaças de ilusão.
sonhos comprados numa feira falida de vaidades
os silêncios são…
os silêncios eram…
os silêncios foram…
os silêncios, perdem-se em tempos verbais
clamando ordem ao tempo que lhes resta.
morrem devagar, sincopados, soletrados por boca seca
compassados em ritmos de sílabas cantadas em desespero
os silêncios são…
os silêncios eram…
os silêncios foram…
ausências tuas numa vida que termina
banalidades em monólogos de amor
corpos calados em orgasmos não sentidos
demências em luares que não chegaram
escolhos nos rios percorridos
os silêncios foram…

Ás vzs penso que ás pessoas deveriam se permitir mais,

se tocarem mais por fora e por dentro,

só pra se certificarem que existe algo dentro delas,

que ainda pulsa, que ainda sente,

que ainda vibra e que ainda exala calor.

Afinal ainda não somos por completo feitos de plástico...

PASSEIO SOCRÁTICO

Frei Betto

Ao viajar pelo Oriente mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos e em paz nos seus mantos cor de açafrão.Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente. Aquilo me fez refletir: 'Qual dos dois modelos produz felicidade? Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: 'Não foi à aula?' Ela respondeu: 'Não, tenho aula à tarde'. Comemorei: 'Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde'. 'Não', retrucou ela, 'tenho tanta coisa de manhã...'. 'Que tanta coisa?', perguntei. 'Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina', e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: 'Que pena, a Daniela não disse: 'Tenho aula de meditação!'Estamos construindo super-homens e super-mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados.Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: 'Como estava o defunto?'. 'Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!' Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual. Somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. E somos também eticamente virtuais...A palavra hoje é 'entretenimento'. Domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: 'Se tomar este refrigerante, calçar este tênis, usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!' O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista.Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental, três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de estresse.Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dos shoppings centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingo.E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas... Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do Mc Donald's...Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas:'Estou apenas fazendo um passeio socrático. Diante de seus olhares espantados, explico: 'Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia:

Estou apenas observando quanta

coisa existe de que não preciso para ser feliz!




Sou a fuga do lugar comum, da mesmice.
Trabalho o dia todo como um monge
e à noite vagueio, como um gato
à cata de amor… Vou sugerir
à Cúria que me santifique.
Com efeito, respondo à mistificação
com a mansidão. Olho com olhos
de imagem os que vão linchar-me.
Observo o meu massacre com a coragem
serena de um sábio. Pareço
sentir ódio, mas escrevo
versos cheios de amor atento.
Estudo a perfídia como um fenómeno
fatal, como se dela não fosse objecto.
Tenho pena dos jovens fascistas,
e aos velhos, que são para mim formas
do mais horrível mal, oponho
apenas a violência da razão.
Passivo como um pássaro que, voando,
tudo vê, e, no seu voo para o céu,
leva no coração a consciência
que não perdoa.



aprende a hora das coisas a certa altura
elas tem boca
mãos incríveis – tu te sentes uma harpa
a certa altura as coisas tem olhos
que tu nunca
vais esquecer...



moça olha bem no meu olho.
Veja bem?
isso é um abismo.
você não vai querer pular. vai?